Vietnã

Postado em Ásia Todos os Posts

O Vietnã seria o último país que iríamos visitar com o Silvião e a Estelinha. Devido ao tempo que tínhamos, decidimos visitar somente o sul do país.

Chegando no Vietnã pelo Camboja (por terra)
Estávamos em Sihanoukville onde passamos a virada de ano novo. Como estávamos em 4 pessoas, negociamos um taxi particular que nos levou até a cidade de fronteira. Valeu a pena. Por ser particular, conseguimos negociar o horário de saída. Fazia calor. Nosso destino seria a cidade de Ha Tiên, a primeira cidade depois da fronteira. Como qualquer outra fronteira, tem o posto de saída do Camboja, o processo foi simples e tranquilo. Carimbamos nossos passaportes com a saída do Camboja e seguimos caminhando até o posto de controle do lado Vietnamita. A caminhada é rápida. Chegamos no posto de controle e já fomos surpreendidos com uma “taxa” de exame médico para entrada no Vietnã. Eles cobraram U$ 2 por pessoa. Como já havíamos tirado o visto do Vietnã em Bangkok, foi só apresentar o mesmo na fronteira. Vistos carimbados, era hora de procurar um transporte para nós 4 até Ha Tiên. Fui negociar com um taxista, mas ele estava cobrando caro. Por sorte, no mesmo momento que estávamos na fronteira havia um grupo de pessoas que haviam comprado o trecho inteiro, saindo de Sihanoukville indo até Ha Tiên. Fui falar com o responsável se havia lugar para mais 4 nas vans e ele comentou que sim. O valor era mais em conta também. Fomos com a van do grupo até uma agência na cidade. Na agência mesmo compramos as passagens para a nossa cidyade destino, Rach Gia. O ônibus era muito bom. Com ar-condicionado =). Fomos descansando e observando o novo país.

Rach Gia
Nossa chegada em Rach Gia foi demorada. Dia de mudança de país é sempre um desafio, além do mais quando você está com os seus pais e precisa fazer todo o processo de negociação e arrumar quase tudo para que eles tenham um pouco de conforto. No ônibus já tivemos sorte, estava com ar-condicionado e deu para dar uma descansada e refrescada. O Vietnam está se mostrando um país bem quente. Chegamos em Rach Gia e meio que já tinha marcado algumas referências de hotéis no Maps.me. Quando chegamos e, por uma baita coincidência, a rodoviária ficava muito perto de um dos hotéis que havia marcado no mapa. Foi só o tempo de caminhar até o hotel, negociar o quarto e pronto. Já estávamos hospedados. Foi um dos quartos mais engraçados que ficamos os 4 juntos. Eram duas baixas camas de casal (tipo King) uma do lado da outra. Era bem estranho. Decidimos ir atrás de comida, estávamos com fome. Do outro lado da rua encontramos um restaurante local e foi o nosso 1o contato com a comida vietnamita. Caramba, que comida foda. Comemos no almoço e voltamos para jantar pois estava muito boa. No dia seguinte acordamos e fomos atrás de um café da manhã. Na Ásia o pessoal não é muito acostumado com o café da manhã que nós ocidentais estamos acostumados. Chegamos em um lugar que pintava ser uma espécie de padaria (foi o lugar mais próximo que encontramos..rs) e até era, mas nos padrões vietnamitas. Pedimos um café com leite e para a nossa surpresa veio um café com leite um pouco diferente. O leite aqui eles entendem que é o leite condensado. Foi uma baita experiência o tal do café vietnamita. Veio um copo com gelo, leite condensado e uma espécie de coador de metal que pingava o café passado na hora. Estranhamos mas depois gostamos. Até comprei o tal do coador para tentar fazer um cafezinho no Brasil. Nossa passagem por Rach Gia seria bem rápida mesmo. A tarde já pegamos um ônibus para a nossa próxima cidade, Can Tho.

Can Tho
Quando estava organizando a nossa passagem pelo Vietnã li bastante sobre uma tal experiência em uma feira flutuante que acontece todos os dias em Can Tho. Aquilo me chamou muito a atenção, o que nos fez decidir em visitar e experienciar esse mercado. Chegamos em Can Tho já no fim do dia e pegamos um taxi sentido a um hotel que havíamos feito uma pré-reserva. O hotel era bem localizado, perto do cais onde saíam os barcos para o passeio e também davam acesso a outros locais. O tal rio era o Mekong, esqueci de mencionar anteriormente. O Mekong é um dos rios mais extensos do mundo e um dos mais compridos nesse lado asiático. Ele vem cortando praticamente quase todos os países. É bem importante. Nos hospedamos no hotel e fomos caminhar pela cidade. Fomos até o cais do rio e já conseguimos agendar o nosso passeio para visitar o mercado flutuante na manhã seguinte, não preciso comentar que o preço que conseguimos foi muito mais em conta que o preço que nos ofereceram no hotel, ok? Bom, passeio agendado, já estava escurecendo e decidimos jantar pela região. Meu, estou encantado com a comida vietnamita. Puta rango bom, de rua mesmo. Noodles com frutos do mar, molhos com shoyo, sopas deliciosas, carne de porco, cara, food porn de verdade. Jantamos em um restaurante que parecia ser bem típico. Noodles, mesas baixas e banquinhos. Um clássico do país. Foi muito engraçado ficar ali sentado no banco, tomando uma cerveja e comendo Noodle como se estivéssemos brincando de comidinha com uma criança (rs). Eu curti pacas. Achei muito autêntico. Na manhã seguinte, acordamos cedo. Tomamos nosso café e fomos ao encontro do nosso barco. O dia não estava dos melhores. Estava nublado e um pouco frio de manhã. O caminho pelo Mekong até chegar ao mercado flutuante passou rápido, mas chegar ali e ver todos aqueles barquinhos próximos e as mulheres fazendo um quase ballet para vender a quem estava em outros barcos foi muito legal. Tirei algumas fotos interessantes. Partimos para a 2a parte do passeio. Agora iríamos conhecer uma fábrica de macarrão e depois iríamos parar para almoçar em um restaurante. Foi bem programa de turista, mas enfim. Porém o que não estava no script turístico foi a nossa volta. Nossa piloteira quis mostrar todas as suas não-habilidades. No meio dos canais do Mekong, do nada a moça distraiu-se e lá fomos nós para dentro da mata. Juro, do nada. Estávamos lá nós no meio dos galhos tirando eles do nosso toldo do barco. Até ai, beleza. Seguimos viagem, já estávamos voltando fora dos canais, eis que de novo, percebemos nosso barquinho chegando cada vez mais próximo de uma embarcação que estava parada, a Dani começa a falar “vai bater…vai bater”. Boom, bateu. A piloteira BATEU nosso barco. Me lembro de todos nós termos olhado para a moça e ter feito tipo um sinal com a cabeça do tipo “Oi?”. Enfim, história para contar. Chegamos salvos em terra firme. Decidimos tomar uma cerveja em um restaurante e percebemos um hábito bem vietnamita, aqui eles sentam em umas cadeiras bem baixas e a mesa também, tipo do tamanho de um jardim de infância. Então imagine a cena, um monte de cadeirinhas e mesinhas e um bando de adultos sentados nelas tomando cerveja. Puro estado de viver como os locais. Saímos de Can Tho e pegamos um ônibus até a nossa última parada no Vietnã, a capital do sul, Ho Chi Minh.

Ho Chi Minh
A nossa passagem pelo Vietnã seria curta, ficaríamos 10 dias no total, o que de uma certa maneira nos deixou um pouco limitados em conhecer todo o país (o Vietnã é bem comprido). No nosso roteiro só conseguiríamos chegar em Ho Chi Minh, a capital do sul em outros tempos. Para meus pais, visitar o Vietnã tinha um lado nostálgico também. Eles foram espectadores da Guerra do Vietnã. Eles viveram aquela época. Chegamos em Ho Chi Minh e já fomos atrás de uma hospedagem. Fomos direto para o “bairro mochileiro”, e lá fomos batendo de hotel em hotel. Encontramos um hotel que aceitou um quarto para 4 pessoas e até tinha ar-condicionado (o que foi um bom alívio, especialmente para meus pais). O calor na região estava pesado, e para eles desgasta mais ainda. Em Ho Chi Minh decidi cortar meu cabelo, estava bem comprido já. Não cortava ele desde Dezembro de 2014 (eita, foi tempo). Deixei o cabelo crescer por uma razão, gostaria de ao final poder doar ele para alguém em tratamento de leucemia para que o cabelo pudesse ajudar de alguma maneira essa pessoa a retomar a sua auto-estima. Dito e feito, separamos uma manhã para cortar o cabelo, meu pai separou as mechas de cabelo para levar para o Brasil. Ver aquele cabelão ficando curto foi bem engraçado. Digamos que, durante esse ano, esse cabelo passou por alguns lugares interessantes. Cabelo cortado, novo visual mochileiro, decidimos dar uma caminhada pela cidade. Fomos até o mercado municipal de Ho Chi Min, visitamos o museu da guerra do Vietnã e passeamos por um bairro mais descolado da cidade, com até Starbucks (quem diria, hein?). Nesse dia ficamos até tarde na rua e descobrimos o que seria o nosso local de jantar preferido. Era uma barraca/ carrinho de sanduíche natural vietnamita. Sim, um food truck de carrinho, bem parecido com os nossos cachorros-quentes no Brasil. O que ganhou a nossa fidelidade ao lugar foram os seus donos, dois jovens vietnamitas que estavam empreendendo em seu novo negócio. Eles iriam casar, estudavam Administração de empresas e estavam empreendendo. Trabalhavam duro, mas o sanduíche era sensacional, e ainda ganhávamos um chá frio com semente de manjericão que ficava gelatinoso. A combinação era perfeita. E assim fizemos, todas as noites iríamos na esquina compra nossos sandubas. No último dia eles até ficaram tristes que não nos veríamos mais. Em um outro dia, decidimos alugar duas motos para fazer um passeio por Ho Chi Min. Bom, para aqueles que já visitaram a cidade sabem o que essa frase representa. O transito do Vietnã é basicamente 90% de motocicletas e é um verdadeiro vespeiro de motocas. Nós (eu e meu pai) já andávamos de moto no Brasil então encarar o trânsito no Vietnã seria uma diversão para nós. E foi. Foi uma aventura ter que prestar a atenção em quase todas as direções e ainda manter o equilíbrio da moto (hahaha, digamos que foi bem animado e regado a boas risadas a cada curva ou cruzamento que fazíamos junto com aquela multidão de outras motos). Nesse dia, conseguimos ter uma boa visão da cidade. Fomos a um mercado de rua que vendia flores, fomos a um espécie de rua 25 de março de peças de moto e em um templo budista. Já tínhamos passagem comprada para a Tailândia. Voltamos para a Tailândia para dar nos despedirmos dos meus pais e de recebermos a irmã da Dani que viria nos acompanhar pelo Myanmar e Tailândia.

Postado por Leonardo Joucowski

Um cara do bem, que se esforça para escrever algo legal. Casado com a Dani e em estado de inquietude eterna.

Comentários (1)

Deixe um comentário

Seu e-mail não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *