Grata surpresa
É muito engraçado como as coisas acontecem. Não sei se por acaso, destino, força maior mas a conclusão a que tenho chegado, e o Léo também, é que as experiências não planejadas e que envolvem pessoas tem sido as mais significativas da viagem.
Na África do Sul, a fofa da Trudie e o admirável Farid foram os grandes marcos. Que pessoas encantadoras! Já na Tanzânia e Nairóbi tivemos outra experiência marcante. Em uma noite de chuva, na cidade de Arusha na Tanzânia, quase fronteira com o Quênia, fomos jantar em um hotelzinho perto do nosso hostel. Na recepção a internet pegava melhor e lá sentamos a procura de um lugar para ficarmos em Nairóbi, nosso próximo destino, já que nenhum couch e Airbnb haviam nos respondido até então. Vimos que o custo de vida em Nairóbi era maior e com isso nossas opções diminuiam. Quando de repente duas mulheres que ali estavam perguntaram: Isso que estão falando é italiano? (todo mundo acha que eu sou italiana e o Léo de qualquer parte do mundo, já chutaram de tudo, menos Brasil) e aí a conversa evolui com a Eliane e a Brenda. Uma do Quênia e a outra do Burundi, fazendo um estágio para o mestrado na Tanzânia, mas vivendo em Nairóbi. Infelizmente elas não tinham como nos acomodar porque continuariam na Tanzânia por mais umas semanas mas o papo estava tão bom que ficamos ali por algumas horas com elas pegando dicas e elas interessadas na nossa viagem. Até que ficou combinado um jantar na casa da Eliane para antes da nossa ida ao Egito, quando elas já tivessem retornado do estágio. E não é que aconteceu mesmo? Como havíamos trocado Whatsapp e email fomos nos comunicando até que o jantar aconteceu na segunda, dia 18/5. Pena que a Brenda não pode ir. Foi tudo muito agradável, a região onde a Eliane mora é linda, mais nobre do que onde estávamos acomodados. Ela, uma pessoa encantadora que por ter trabalhado numa empresa alemã e por seu marido trabalhar na ONU já morou em vários países. Conversamos por horas, ela nos serviu uma jantinha bem típica (macarrão, legumes e frango) e a cerveja local Tusker para a alegria do Léo (confesso que até eu estou curtindo uma Pilsen). Eu não queria ir embora, ainda mais que ela era do tipo super calorosa que te dá aqueles abraços gostosos que eu achava que só brasileiro sabia dar. Mas, lá por umas horas, vi que ela bocejou e achei de bom tom chamarmos um taxi. Infelizmente desta vez não terminou em brigadeiro porque não encontramos leite condensado (apesar de procurarmos em três supermercados diferentes) mas ficou combinado que quando ela for com a família passar o carnaval no Rio dará um pulinho lá em casa e aí ela provará da minha “arma secreta”. Disso tudo ficam várias lições as quais espero nunca esquecer: as vezes existe uma pessoa incrível ao seu lado basta apenas dar uma chance; existe muito mais pessoas boas do que más mas como os canais de notícia, tipo Aljazeera aqui, só passam desgraça agente fica meio descrente da bondade do ser humano; é no contato com o outro que podemos descobrir novas leituras de mundo e muitas vezes rever as nossas próprias. Para mim, que sempre fui desconfiada até da sombra, tem sido um enorme aprendizado. E nesses 6 países rodados de África, por sorte ou o que quer que seja, eu e o Léo fomos agraciados pela oportunidade de ter conhecido pessoas que fizeram a diferença na nossa caminhada. E as vezes é assim, temos gratas surpresas ao longo do caminho.E que venha o Oriente Médio com mais surpresas boas 😉
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